Estes são os cuidados importantes para a pele de quem tem câncer
Matéria publicada na Revista Claudia (Saiba mais)
Por Nathalie Páiva
Pacientes em tratamento contra o câncer devem reforçar os cuidados com a pele, segundo especialistas. “Pessoas que passam por quimioterapia ou radioterapia têm a tendência de ter a pele do corpo, geral, mais seca e sensibilizada, por conta dos efeitos destes procedimentos. Neste caso, a primeira recomendação é ter atenção à hidratação da pele, que pode ser feita com produtos específicos, como cremes hidratantes com probióticos e substâncias calmantes . No banho, é importante evitar a água em alta temperatura e ter atenção ao sabonete, que também deve ser hipoalergênico e conter hidratantes em sua composição”, explica a dermatologista Luciana Macedo, especializada em rejuvenescimento facial, visagismo e medicina integrativa.
A especialista também diz que é necessário cuidado ao se expor ao sol, sempre beber água para se manter hidratada e ter atenção na hora da alimentação. “É recomendado, de forma expressa, evitar a exposição solar sem proteção adequada. Ingerir água em quantidades abundantes caso a função renal esteja adequada e ter uma alimentação variada e rica em vitaminas é essencial para ajudar no funcionamento do organismo, entregando mais hidratação à pele”, explica.
Marcas de expressões também podem aparecer com mais rapidez nesse momento difícil. "Um paciente fragilizado emocionalmente, também tende a aparentar um envelhecimento acentuado no rosto. Situações como luto, separações e tratamento de saúde intensos,como no caso de quem enfrenta o câncer, aceleram as marcas que deveriam vir somente com o tempo, porque trazem para o rosto as nossas emoções”, declara Luciana.
Quando posso me expor ao sol?
Para quem faz quimioterapia e perdeu os cabelos, os cuidados com a radiação solar devem ser ainda mais intensos na região da cabeça. “A exposição solar sem a proteção adequada pode favorecer ou precipitar queimaduras solares, por conta da maior sensibilidade ocasionada por medicamentos ou radiações utilizados no tratamento. O ideal... é escolher um bom protetor solar, com ótimo fator de proteção, e apenas se expor ao sol com esses cuidados”, diz.
A dermatologista, Cíntia Cunha, experiente na área da saúde estética, há 13 anos, diz que os melhores horários para ter contato com o sol são antes das 10h da manhã e após às 15h, e sempre com filtro solar em todo o corpo e rosto. “O cuidado vale para os pacientes em tratamento de câncer independente do tipo porque algumas medicações podem ser fatores sensibilizantes, então sempre converse com o oncologista sobre as medicações utilizadas no tratamento e verifique se existe alguma restrição em relação a elas. Hoje existe uma grande variedade de medicações quimioterápicas no tratamento do câncer".
Mesmo dentro de casa e em ambientes fechados, o filtro solar é essencial. “A claridade entra pelas janelas é suficiente para pigmentar e sensibilizar a nossa pele, então o protetor deve ser utilizado todos os dias, desde a hora que acordamos até o pôr do sol e deve ser usado em toda parte do corpo que esteja exposta” aconselha.
Atenção redobrada com as cicatrizes
Pacientes que passaram por cirurgia de câncer de mama devem aguardar em geral seis meses para poder expor a cicatriz ao sol, segundo a especialista. “Durante o tratamento do câncer de mama, muitas vezes a mulher é submetida a cirurgias na região das mamas para retirar uma parte para uma biópsia. É muito importante o cuidado com essa cicatriz, uma vez que a exposição solar, mesmo com um biquíni, pode pigmentar essa cicatriz deixando-a amarronzada, escura e com dificuldade de melhora a longo prazo”, diz.
Caso a marca fique exposta antes desse período, é preciso cobrir a cicatriz com um esparadrapo para que nenhuma radiação solar atravesse a pele, indica a especialista.