Como encontrar o equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho, segundo a ciência

Como encontrar o equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho, segundo a ciência

Empreendedorismo
14 Abril 2023
Como encontrar o equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho, segundo a ciência

A busca pelo equilíbrio entre vida pessoal e profissional não é uma questão nova. A pandemia, no entanto, intensificou a busca por esse balanço, segundo a psicóloga Lis Ku, da Universidade de Montfort, no Reino Unido, em artigo publicado no World Economic Forum.

“O trabalho está consistente e positivamente relacionado ao nosso bem-estar e constitui uma grande parte da nossa identidade. Pergunte a si mesmo quem você é, e muito em breve você começará a descrever o que você faz no trabalho”, destaca a pesquisadora. 

Na análise sobre a busca entre o equilíbrio da vida pessoal e da vida profissional, a autora parte de dois conceitos de felicidade: a eudaimônica e a hedonista.

Felicidade eudaimônica e hedonista
A felicidade eudaimônica está relacionada à ideia de que trabalhar, ou colocar esforço em tarefas, contribui para nosso bem-estar geral, explica Lis Ku. “Esse é o tipo de felicidade que obtemos do funcionamento ideal e da realização de nosso potencial”, diz.

Do outro lado, afirma a psicóloga, está a felicidade hedônica, definida pela presença dos sentimentos positivos, como alegria, e escassez dos sentimentos negativos, como tristeza e raiva. “Sabemos que a felicidade hedônica oferece benefícios empíricos à saúde física e mental, e que o lazer é uma ótima maneira de buscar a felicidade hedônica”, diz ela.

O ponto, explica a pesquisadora, é que o excesso de tempo ocioso, sem atividades, pode ter um efeito reverso: diminuir a sensação de bem-estar. “Algumas pesquisas mostram que o nosso bem-estar subjetivo começa a cair se tivermos mais de cinco horas por dia desse tempo livre. Passar dias sem esforço na praia não parece ser a chave para a felicidade a longo prazo”, explica Ku.

Isso, segundo a psicóloga, explica por que algumas pessoas preferem realizar esforços significativos durante seu tempo de lazer - como participar de uma maratona, fazer escalada em uma montanha ou encarar longas caminhadas.

“As pessoas que participam dessas formas de lazer costumam falar em cumprir objetivos pessoais, progredir e acumular realizações - todas características da felicidade eudaimônica e não do hedonismo que associamos ao lazer”, explica.

Um ponto de equilíbrio?

Lis Ku cita que uma pesquisa recente, realizada em nove países, verificou que mais de 50% dos entrevistados desejavam ter uma vida feliz atrelada ao conceito de hedonismo, enquanto 25% preferiam uma vida realizada a partir das características de uma felicidade eudaimônica. Uma parcela entre 10-15% disse escolher buscar uma vida experiencial rica e diversificada.

“Dadas essas diferentes abordagens da vida, talvez a chave para um bem-estar duradouro seja considerar qual estilo de vida se adapta melhor a você: hedônico, eudaimônico ou experiencial. Em vez de lançar o trabalho contra a vida, o verdadeiro equilíbrio pode estar entre essas três fontes de felicidade”, conclui ela.

Fonte: Época Negócios

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