Uso do Botox para tratamento de enxaqueca


A enxaqueca é uma doença que se caracteriza por dor de cabeça latejante, em um ou nos dois lados da cabeça. Outros sintomas comuns são sensibilidade à luz, a cheiros e a barulho; náuseas; vômitos; sintomas visuais, como pontos luminosos; formigamento e dormência no corpo; e tontura.
O tratamento com toxina botulínica é indicado em casos de enxaqueca crônica, segundo Pablo Lorenzon, neurologista do Ambulatório de Cefaleia do Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). “É quando a pessoa apresenta 15 dias ou mais de dores de cabeça por mês, sendo ao menos oito crises de enxaqueca típica, por pelo menos três meses”, afirma.
Ele explica que o botox é aplicado em 31 a 39 pontos ao redor da cabeça; as sessões duram em média entre 15 e 20 minutos e são realizadas a cada três meses. “De acordo com a melhora da frequência e intensidade das crises, é possível espaçar as aplicações ou até suspender o uso, mantendo ou não algum medicamento preventivo por via oral.”
Pablo Lorenzon fala ainda que a toxina interfere na comunicação entre o nervo e o músculo, inibindo a liberação local de neurotransmissores relacionados à dor. “Por esse mecanismo, ela [a toxina] bloqueia parte da transmissão de dor realizada pelos nervos, particularmente do nervo trigêmeo, que é quem recolhe a sensibilidade da maior parte da cabeça.”
O neurologista afirma que a aplicação de botox para o tratamento de enxaqueca é um procedimento seguro, embora efeitos colaterais sejam registrados em cerca de 10% dos pacientes. Esses efeitos podem durar alguns dias e tendem a ser locais, como dor e hematoma no local da aplicação da injeção e dor cervical.
O botox não funciona como tratamento preventivo da enxaqueca episódica, que ocorre com frequência menor que 15 dias por mês.
Fonte: UOL
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